1. Sumário executivo
A exploração e o abuso sexual (SEA) são questões graves que comprometem a credibilidade da assistência humanitária e dos esforços de proteção. Na Nigéria, onde as crises humanitárias são prevalecentes devido a conflitos, catástrofes naturais e desafios sociopolíticos, o risco de SEA é maior. Este relatório abrange os pontos-chave do webinar sobre "Prevenir a Exploração e o Abuso Sexual no Trabalho Humanitário", destacando o âmbito do problema, estratégias de prevenção e medidas acionáveis para criar um ambiente mais seguro e responsável.
O webinar "Preventing Sexual Exploitation and Abuse in Humanitarian Work" (Prevenir a Exploração e o Abuso Sexual no Trabalho Humanitário) teve como objetivo sensibilizar e discutir estratégias eficazes para prevenir a SEA em contextos humanitários na Nigéria. Os participantes incluíram mais de 100 representantes de ONG locais e internacionais, agências governamentais e líderes comunitários. As principais conclusões destacaram a prevalência de AAE em áreas afectadas por conflitos e os obstáculos à denúncia. As discussões resultaram em recomendações acionáveis para reforçar as políticas, melhorar os mecanismos de comunicação e envolver as comunidades em campanhas de sensibilização. Foram desenvolvidos um plano de ação e um quadro de monitorização para garantir que as estratégias propostas são efetivamente implementadas.
2. Antecedentes/Contexto
A Exploração e Abuso Sexual (SEA) no trabalho humanitário refere-se a qualquer forma de abuso de poder para fins sexuais, em que os perpetradores se aproveitam de indivíduos vulneráveis para proveito próprio. Na Nigéria, em particular nas regiões afectadas por conflitos, como as zonas Nordeste e Centro-Norte, a SEA é uma questão premente. A crise humanitária causada pela insurreição do Boko Haram e pelos conflitos intercomunitários deslocou mais de 2,7 milhões de pessoas, tornando-as susceptíveis à exploração.
As estatísticas indicam que mais de 30% das mulheres nos campos de deslocados internos foram vítimas de alguma forma de violência sexual, sendo que apenas 10% destes casos foram comunicados. O relatório do Gabinete Nacional de Estatística de 2022 revela um aumento de 22% nos casos de SEA em contextos humanitários em comparação com o ano anterior.

Este aumento é alarmante e exige uma ação urgente para melhorar os mecanismos de proteção no âmbito das operações humanitárias e os sistemas de apoio aos sobreviventes.
Barreiras como o medo do estigma, a falta de conhecimento dos canais de denúncia e serviços de apoio inadequados contribuem para a subnotificação dos casos de AAE. A resolução destes problemas exige esforços coordenados entre as organizações humanitárias, os organismos governamentais e as comunidades locais.